RAÍZES – Entrevista: Pajé Álvaro Tukano (Brasília-DF)

Álvaro Fernandes Sampaio, mais conhecido como ” Álvaro Tukano” é militante do Movimento Indígena há décadas. Crítico à políticas governamentais que prejudicam toda a população e especialmente aos povos indígenas de todo o Brasil, critica o “ministério do veneno”, entre outros. Natural de São Gabriel da Cachoeira, no Estado do Amazonas, dedicou vários anos de sua vida trabalhando no Memorial dos Povos Indígenas em Brasília, onde reside atualmente. Texto: Daniela Ribeiro

RAÍZES – Entrevista: Renata Corrêa Martins – Etnobotânica (Alto Paraíso de Goiás/Brasília-DF)

Não é a toa que muitos a conhecem como “Renata Cerrado”. Ele é amante do Cerrado como um todo e dos povos que nele habita. Em suas experiências cerrado adentro, aprendeu muito, especialmente com kalungas, com as mulheres, crianças, idosos, com raizeiros e raizeiros.

Estudiosa das Palmeiras, com publicações muito interessantes sobre o tema e outros relacionado ao Cerrado, à Botânica e mais especificamente sobre Etnobotânica, Renata é Mestre e Doutora no assunto, com experiências em diversos locais do Brasil e até no exterior.

Seu amor pelas plantas, seu reconhecimento pelos valores ancestrais de cura, sua garra, a levou à idealizar junto com outras três mulheres a BioChás, que leva aroma e saúde às mesas de quem valoriza um cházinho dos bons.

Grande parceira do RAÍZES, está sempre na luta com a gente pra fazer o Grande Encontro acontecer.

Realiza um lindo e importante trabalho junto aos nossos grandes “doutores dos conhecimentos tradicionais”, catalogando as espécies medicinais nativas da “farmacopéia individual” de cada um deles, com muito zelo, dedicação e respeito.

Texto: Daniela Ribeiro

Quintal RAÍZES: Pajé Marinho Xavante (Mato Grosso-MT)

“Marinho Xavante é de Mato Grosso, mas reside em Uruaçu-GO com a família para dar estudo aos 13 filhos. Como acontece em todo o Brasil, é mais uma família que vai enfrentar a cidade depois de ter a terra desmatada, o rios poluídos e ainda enfrenta o preconceito no dia a dia para sobreviver”.
Texto: Sinvaline Pinheiro

Ajude esta família Xavante, doando:
CAIXA Econômica Federal Ag.0952 Op.13 (Poupança)
Conta: 0035294-0
CPF: 069.880.182-20
Em nome de: Ronaldo Tsere Adzu Temrite

RAÍZES – Entrevista: Tom das Ervas – Raizeiro (Alto Paraíso de Goiás)

TOM DAS ERVAS

Tom das Ervas, de outras eras, outros tempos.
Preparando cremes, xaropes, unguentos
O dia amanhece, a natureza dá o tom
Ele caminha pelo cerrado
e escolhe as ervas
Agradece reverencia
manipula, prepara
Uma fórmula pura
que cura, que sara
Arte de índio, caboclo
Serviço de raizeiro, Pajé
Se quiser encontrá-lo é fácil:
Em Alto Paraíso todos sabem quem ele é!


Poesia: Ivan Anjo Diniz

Quintal RAÍZES: Purnima – Parteira (Alto Paraíso de Goiás)

Marcia Purnima é carioca de nascença, mas escolheu o Nordeste goiano como local do coração para viver, plantar, colher e acolher. Fisioterapeuta de formação, Parteira na Tradição, ele recebeu o bastão publicamente de Dona Flor do Moinho em 2015, mas antes mesmo disso, há décadas ela vem acompanhando partos, além da sua experiência enquanto mãe, parindo da forma mais natural possível.

Purnima ainda é Acupunturista de mão cheia e Professora de Medicina Tradicional Chinesa. Muito querida e “mestrona”, já formou diversos aprendizes que atendem em diversos lugares, além de Alto Paraíso de Goiás.

Neste vídeo, ela passeia pelo seu quintal nos ensinando sobre uma erva que facilita o trabalho de parto, conhecida popularmente como artemísia (Artemisia vulgaris).

Texto: Daniela Ribeiro

Quintal RAÍZES: Dona Antonia – Benzedeira (Taguatinga-DF)

Antonia Alves do Santos é moradora de Taguatinga-DF, tem 92 anos. Benzedeira com muita fé e força. Antes da pandemia, atendia em sua casa três vezes por semana centenas de desconhecidos que recorriam à ela em busca de ajuda para mal olhado, quebranto, inveja, más energias, dores no corpo e espinhela caída.

Mãe de cinco filhas, avó de sete netos e bisavó de 10, Dona Antonia viveu a infância com um tio benzedor que à aproximou desse trabalho. Descobriu o dom para a reza aos 12 anos, após aprender inúmeras orações enquanto crescia sob os cuidados do tio. Um dia teve uma visão: “estava deitada em um campo com mato alto e vi Nossa Senhora Aparecida passando sobre a água e entregando uma carta em minhas mãos. Ela disse que aquilo seria minha salvação”. A partir de então, se tornou devota da santa e começou a trabalhar rezando por outras pessoas, mesmo à distância, sempre na frente de seu altar.

Texto: Maria Bezerra (Escola de Almas Benzedeiras de Brasília)

RAÍZES – Entrevista: Fiota Kalunga, Raizeira (Vão de Almas, Cavalcante-GO)

Deuzami, mãe e avó, que carinhosamente chamamos de “Fiota”, é raizeira kalunga de descendência. Filha de raizeira e neta de parteira muito comentada, Fiota já “pegou menino”, mas não se considera ainda, como ela mesma diz, “parteira legítima” como sua avó foi, mas segue seu caminho, como muita humildade e procurando aprender sempre mais.

Assim como sua avó e sua mãe, ela é agricultora e extrativista. Juntamente com seu marido, produz arroz de pilão, farinhas, óleos, muitas polpas de frutos do Cerrado, além de xarope de vinagreira, polvilhos de algodãozinho do campo, etc.

Encomende pelos telefones: (62) 99639-2372 e (62)99628-6742

Texto: Daniela Ribeiro

Oficina RAÍZES: Gislene – “Gis”, Pastoral da Saúde (Cidade de Goiás-GO), ensina: composto de açafrão

Nesta rápida oficina, Gislene, membro da Pastoral da Saúde e grande discípula de Dona Maria Luiza, nos ensina a fazer o Composto de açafrão da terra (Curcuma longa) e pimenta do reino (Piper nigrum).

Anti-inflamatório natural muito estudado e reconhecido, o açafrão tem seu potencial medicinal aumentado em muitas vezes sendo associado a pimenta, isso porque a curcumina é ativada e potencializada pela piperina. São inúmeros os relatos de casos que recebemos de pessoas que deixaram de usar remédios de drogarias que causam danos aos rins para utilizar este composto natural para amenizar suas diversas dores, que pode ser feito de forma caseira, obedecendo sempre a proporção de 10/1, ou seja, dez partes de açafrão para uma parte de pimenta do reino, podendo tomar uma colherzinha de café até três vezes ao dia em água morna ou encapsulado.

Texto: Daniela Ribeiro