Quintal RAÍZES: Dona Luzia Francisca – Raizeira (Comunidade Kalunga Vão de Almas, GO)

Dona Luzia Francisca é Raizeira de longas datas, muito conhecida e respeitada em sua Comunidade e em outras bandas deste Goiás, onde já deu o ar da graça, convidada para diversos eventos e festividades. Já esteve diversas vezes em Goiânia à convite da UFG, em Alto Paraíso à convite da organização do Encontro de Culturas e do RAÍZES, entre outros. Uma graça de pessoa, muito simples e sábia, Dona Luzia Francisca encanta onde passa, com alegria, garra e sabedoria. Texto: Daniela Ribeiro

Oficina RAÍZES: Paulin Vegan, ensina: Caldo de abóbora com gengibre e açafrão da terra (Goiânia-GO)

Paulo H. B. Ribeiro, é nosso grande parceiro desde a segunda edição do RAÍZES, em 2017, quando nos foi apresentado pela nossa grande amiga e também parceira Márcia Leite, nossa grande chef da cozinha RAÍZES, fazendo gostosuras veganas à partir das 5 da matina, sem reclamar, sempre no alto astral e sem cobrarem nada da gente, só no amor e na alegria. Neste ano que o nosso país se encontra atolado numa Pandemia, encontramo-nos de forma virtual para aprendermos deliciosas e simples receitas com a equipe maravilhosa da Pirei Veg e parceiros, que nunca nunca nos deixaram na mão e agora é hora de apresentar um pouquinho dessa galera incrível que fica nos bastidores, organizando tudo e “colocando o combustível pras máquinas funcionarem”. Texto: Daniela Ribeiro

Finalização RAÍZES: 5º Grande Encontro de Raizeiros, Parteiras, Benzedeiras e Pajés, Versão web 2020

E chegou o fim do mês de julho e, com ele, o final da nossa Temporada RAÍZES Web, nosso 5º Grande Encontro de Raizeiros, Parteiras, Benzedeiras e Pajés na Chapada dos Veadeiros.

Foram quase 70 videos! Ufa, muita trabalheira, mas também muito gratificante ver os resultados.

Lançamento oficial do Site; de um Longa-metragem; curtas caseiros gravados nos Quintais dos nossos “doutores” dos Saberes Tradicionais e Oficinas; Entrevistas com relatos de experiências e percepções deles e de parceiros que participam das edições presenciais dos anos anteriores; Textos e imagens, Homenagens… Enfim, foram 40 dias de exposição de um trabalho que para a nossa equipe é Missão.

Agradecemos primeiramente a Deus, mas também a todos os parceiros, familiares, equipe e, ao Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás – Edital de Fomento da Cultura Popular Tradicional, que possibilitaram que esta temporada viesse ao ar.

Nosso muito obrigad@! EQUIPE RAÍZES

LIBRAS no RAÍZES 2020

Esse ano de 2020 o encontro RAÍZES aconteceu de forma online e 100% acessível em LIBRAS. Possibilitando que mais pessoas, possam conhecer um pouco dessa diversidade cultural do Brasil.

Como diz o professor Sérgio Pedroso:
“um povo que não tem raízes
acaba se perdendo na multidão,
pois são nossas raízes culturais,
familiares e sociais que nos dão uma identidade como nação”.

Obrigado Encontro RAÍZES!!! Texto escrito pelos Intérpretes de LIBRAS: Aline Lino de Araújo e Marcus Lua Negra

*Desde a segunda edição do evento, contamos com a presença infalível destes dois intérpretes que sempre se dedicaram voluntariamente. Como não apareciam surdos para ser feita a interpretação, tanto um quanto o outro se desdobravam ajudando em outras múltiplas funções. Neste ano, trabalharam sem cessar durante muitos dias para interpretar todos os quase 70 vídeos. Muitos desafios mas também muito agraciados, é como todos da nossa equipe se sente neste final de projeto. Pra você que assistiu, curtiu, compartilhou, comentou, se inscreveu no Canal, deu sugestões, enfim, por todos que vibraram com a gente, o nosso muito obrigad@, de coração. Att.: Daniela Ribeiro (Idealizadora, Gestora e Produtora Cultural do RAÍZES)

RAÍZES – Entrevista: Wilson – Raizeiro do Povoado do Moinho – Alto Paraíso de Goiás, dá o recado

Joaquim Wilson é filho do Raizeiro Donato e da Parteira e Raizeira “Dona Flor do Moinho”. Pai e avô, homem muito esforçado e trabalhador, de sorriso largo, Wilson ainda arruma tempo pra se dedicar a coletar plantas medicinais do Cerrado, a cultivar plantas de horta e a fazer remédios caseiros para pessoas que o procuram de várias cidades. Wilson traz na genética o ofício de raizeiro, mas para além disso, ele gosta muito de ler sobre Fitoterapia. Se debruça e se deleita sobre as páginas de livros que tem adquirido ao longo da vida sobre as plantas medicinais.

Neste final da nossa temporada, último dia do “RAÍZES: 5º Grande Encontro de Raizeiros, Parteiras, Benzedeiras e Pajés na Chapada dos Veadeiros – versão web, separamos, entre outras surpresas, esta filmagem onde nosso querido irmão Wilson dá o recado.
Texto: Daniela Ribeiro

RAÍZES Homenageia: Dona Maria Helena (In memoriam) – Parteira Kalunga (Teresina de Goiás)

Esta é uma singela homenagem à Dona Maria Helena, tão querida, que nos encantava com seus cantos e saberes. Tão alegre, tão animada, sempre cantando em nossos encontros e partilhando seus conhecimentos com simplicidade. Sempre junto com ela, sua companheirinha que torcemos para que siga o ofício da mãe-avó. Neste primeiro semestre de 2020, Dona Maria Helena “fez a passagem”, foi cantar lá no Céu, deixando saudades aqui na Terra. Descanse em paz nossa querida!
Fotos: Melissa Maurer
Música: Júnior Tana e Dani Cavalcante
Montagem: Caio Sesma e Sérgio Makari
Texto: Daniela Ribeiro

RAÍZES – Entrevista: Getúlio Krahô, liderança indígena (Itacajá-TO)

Nascido na Aldeia Pedra Branca, Terra Indígena Krahô, 75 anos, recebeu a autêntica educação tradicional Krahô, passando por várias fases de iniciação, tornando-se um guerreiro do seu povo. Ainda jovem, percorreu vários estados do país em busca de conhecimento do mundo do “branco”, retornando à sua terra cerca de 10 anos depois. Dotado de espírito de liderança, lutou contra a forma autoritária que o governo tratava seu povo. Aliando-se a indigenistas, pesquisadores e documentaristas e organizações não-governamentais, participou de movimentos que denunciavam o descaso que o governo tratava sua etnia, ao mesmo tempo em que buscava caminhos para a melhoria da sua qualidade de vida. Nesta busca, abriu caminhos junto à Universidade Federal de Goiás para a abertura de cursos universitários específicos dirigidos aos indígenas, possibilitando que vários jovens Krahôs e de outras etnias cursassem o Curso de Licenciatura Intercultural, criado por aquela universidade.

Em 1993 foi um dos fundadores da União das Aldeias Krahô – KAPEY, entidade que dirigiu de 1995 a 2004. Durante a sua gestão, mobilizou os Krahôs no resgate das sementes tradicionais indígenas, que seu povo havia perdido em decorrência de correrias e massacres que havia sofrido no passado e iniciou as “Feiras Krahô de Sementes Tradicionais”. Por esse trabalho levou a entidade a receber vários prêmios nacionais e internacionais, destacando-se os prêmios “Ação Pública e Cidadania” da Fundação Getulio Vargas (1998) e “Slow-Food da Biodiversidade” (2004). A iniciativa de recuperação das sementes indígenas Tradicionais disseminou-se para praticamente todas as etnias do Brasil e transformou-se em política pública abarcada por várias instituições governamentais. Atualmente, é um dos conselheiros mais respeitados em todas as aldeias do seu povo e continua na luta pela preservação e divulgação da cultura Krahô.
Texto: Fernando Schiavini

Ajude o Povo Krahô: https://www.instagram.com/salvekraho/

Visite a página: https://www.facebook.com/manifestosindigenistas

RAÍZES conta história: Histórias do Seu Chico (Lúcia Corrêa)

Atriz, arte-educadora e contadora de histórias, Lúcia Corrêa utiliza a linguagem do Teatro de Bonecos aliada à música e à poesia de cordel para alertar sobre os malefícios das queimadas e a lindeza das flores do Cerrado.

Lúcia Corrêa tem uma longa carreira como artista e arte-educadora, com trabalhos interessantíssimos junto a “CIA VOAR TEATRO DE BONECOS, entre outros e, atualmente é Professora do IPEARTES – Instituto de Pesquisa, Ensino e Extensão em Arte Educação e Tecnologias Sustentáveis, instituição valorosa para a população da Chapada dos Veadeiros e parceira do Grande Encontro RAÍZES desde a segunda edição. -Conheça mais sobre o IPEARTES: https://ipeartes.org/ -Um poquinho mais da Cia Voar: https://www.youtube.com/watch?v=7ldSWqhW0EY&feature=youtu.be

*Esta história foi criada e encenada durante a quarentena da Covid-19, em 2.020, especialmente para edição web do “RAÍZES: 5º Grande Encontro de Raizeiros, Parteiras, Benzedeiras e Pajés na Chapada dos Veadeiros”.

Criação e Interpretação: Lúcia Corrêa

Cordel: O Fogo, de Antonio Alencar Sampaio, no livro: “Conhecendo o Bioma Cerrado – Cordel”, Kelps, 2005.

Música: Flores do Cerrado, de Ana Karine Macedo, Professora do IPEARTES – Chapada dos Veadeiros, 2018.

Não deixem de ver e ouvir:

RAÍZES Homenageia: Dona Maria Chefe (In memoriam) Parteira, Raizeira e Benzedeira-Vila de São Jorge/GO

De dia panhando pedra, de noite panhando menino! Foi assim durante muito tempo a vida de Maria Ferreira da Mota, mais conhecida como “Maria Chefe”.

Diferentes de muitas garimpeiras, ele nos contava que tinha saudade do garimpo de cristal. O trabalho não era fácil e nem dava muito dinheiro, mas a saudade maior era da alegria das companheiras e companheiros de jornada. Carregava peso, machucava as mãos, muitas vezes não recebia o que deveria, mas tinha amigos e gostava de ajudar ao próximo. Às vezes mal chegava do trabalho e era o tempo de tomar um banho correndo e já tinha que sair pra acudir uma mulher em trabalho de parto, às vezes duas em menos de um dia e logo já estava ela cuidando dos seus próprios filhos, da casa e de volta ao garimpo. Conseguia ser séria e muito doce ao mesmo tempo.

Conseguia te olhar e ver e sentir coisas que não é qualquer cristão que tem o dom de perceber.

Pegou muito menino (fez muitos partos), benzeu e fez remédio pra muita gente e ensinou quem quis aprender.

Pessoa simples, muito humilde, não há quem não tenha vivido na Vila de São Jorge até 2017, quando ela fez a passagem, que não saiba que ela era.

Se hoje tomo banho de ervas, foi porque ela me sensibilizou para isto.

Uma homenagem à ela e, nosso muito obrigado à toda equipe e aos familiares que contribuíram para a realização desta entrevista concedida em maio de 2017.
Texto: Daniela Ribeiro