Quintal RAÍZES: Deuzami – “Fiota kalunga” (Vão de Almas, Cavalcante-GO)

“Fiota Kalunga”, batizada Deuzami, é raizeira kalunga de descendência. Filha de raizeira e neta de parteira muito comentada, Fiota já “pegou menino”, mas não se considera ainda, como ela mesma diz, “parteira legítima” como sua avó foi, mas segue seu caminho, como muita humildade e procurando aprender sempre mais. 
Dona de muitos talentos, Fiota também faz alguns artesanatos e dança Sussa como ninguém. Carrega consigo uma alegria contagiante. Impossível estar perto dela e não se animar!


Assim como sua avó e sua mãe, ela é agricultora e extrativista. Jovem, mas já é mãe e avó. Juntamente com seu marido, produz arroz de pilão, farinhas, óleos, muitas polpas de frutos do Cerrado, além de xarope de vinagreira, polvilhos como o de algodãozinho do campo, etc., de onde tira o seu sustento. 

Encomende pelos telefones: (62) 99639-2372  e  (62)99628-6742    

Texto: Daniela Ribeiro

Quintal RAÍZES: Seu Dedé

Neste pequeno vídeo, “Seu Adelídeo” ou “Dedé” nos ensina sobre o Jatobá do campo ou, como também é conhecido, Jatobá do Cerrado, Jatobá de folha larga (Hymenaea stigonocarpa). Seu Dedé sobreviveu do garimpo por muitos anos, mas foi tocado e se transformou, de garimpeiro a protetor do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Foi formado na primeira turma de Condutores de Visitantes da ACV-CV e ainda hoje continua guiando. Raizeiro, músico auto-ditada, contagia com seu sorriso, suas músicas e orações. Nas “Noites dos Raizeiros” durante todas as edições presenciais do RAÍZES, embalou o público com forró, sussa, ao som de sua viola caipira, sanfona, entre outros instrumentos que ele sabe tocar.

Texto: Daniela Ribeiro

Quintal RAÍZES: Th’dide Fulni-ô “Rafael”

Quintal RAÍZES: Th’dide Fulni-ô “Rafael”, (Aldeia Indígena Fulni-ô-PE)

Th’dide, que significa “a raiz do coqueiro ouricuri” (seu nome na língua Fulni-ô) ou “Faé”, como é mais conhecido o Sr. Rafael (nome de branco, do registro), é um ancião querido e respeitado do povo Fulni-ô. Sua aldeia está localizada no agreste pernambucano, numa região conhecida como polígono da seca, no município de Águas Belas. Os Fulni-ô são a única etnia indígena do nordeste (com exceção dos povos do Maranhão) que conseguiram manter viva a sua língua materna, o Yaathe. Isso porque também conseguiram, com muita força e resistência manter vivo o ritual sagrado do Ouricuri, o grande segredo que também é alicerce dos Fulni-ô.
Se quiser encontrar o seu Faé na aldeia, vai ter que desbravar a Caatinga. É consenso: Faé gosta mesmo é de estar no meio do mato, que ele conhece como ninguém. Precisou de um remédio? Pode ir atrás dele que não tem “pau” na caatinga que ele não conheça e não saiba pra que serve. Como diz ele: “ela dá tudo pra nós”.
Seu Faé é sinônimo de resistência: ama sua língua, ama sua cultura e não troca seu jeitinho de viver por nada nessa vida. É um Fulni-ô que todo mundo deveria conhecer!
(Texto: Mari Moura)

AJUDE O POVO FULNI-Ô, doando pela Vakinha:

https://www.vakinha.com.br/vaquinha/fulni-o-contra-covid-19

Quintal RAÍZES: Dona Cecília, Raizeira e Coletora de flores secas (Cavalcante/GO)

Dona Cecília é Raizeira conhecida em Cavalcante e Alto Paraíso de Goiás, como também na Comunidade quilombola de São Domingos, sua terra natal. Junto com sua filha Geovânia, também Raizeira, tiram seu sustento especialmente das feirinhas e eventos onde expõem seus produtos do Cerrado: plantas medicinais, resinas, sementes, óleos, doces, etc. Dona Cecília ainda é coletora de Flores Secas lindíssimas nativas do Cerrado, vendidas em diversos locais por outras pessoas, inclusive no DF.

Neste momento em que a Pandemia da Covid-19 assola boa parte do mundo, aqui não é diferente. Encomende os produtos de Dona Cecília e Geovânia pelo telefones: (62) 99971-0610 e 99660-3488

Texto: Daniela Ribeiro

Raizeiros: saberes ameaçados – Parte 2

No documentário “Raizeiros: Saberes ameaçados – Parte 2”, buscamos apresentar mais um pouco da beleza, importância e dos desafios do ofício de ser Raizeiro(a), Parteira e/ou Benzedeira ou Benzedor. Senhores e senhoras moradores da Chapada dos Veadeiros, nos recebem em suas casas e andam conosco pelo Cerrado nos contando um pouco de suas vidas, suas lidas, seus sonhos. Homenageamos a todos e à todas, mas, especialmente à nossa saudosa “Dona Maria Chefe” – Maria Ferreira da Mota (04/11/1936 – 03/10/2017), raizeira, parteira, benzedeira e garimpeira no Povoado antigamente conhecido como “Baixa”, hoje, Vila de São Jorge, distrito de Alto Paraíso de Goiás, Brasil, falecida em outubro de 2017, deixando muitos ensinamentos, mas também muitas saudades!

Texto: Daniela Ribeiro

RAÍZES 2020 – versão web

E nesta Lua Nova, o RAÍZES se inovará. Com o apoio do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás, criamos nosso site, que ainda está em construção, mas já estará a pleno vapor neste final de semana, onde iremos mostrar um pouco dos quintais de nossos “grandes doutores” dos Saberes Tradicionais. Serão disponibilizados conteúdos áudio-visuais de cada um deles, seja através de Documentário com imagens que estavam reservadas há algum tempo, seja em pequenos vídeos individuais caseiros.

Por prevenção e cuidado, a maioria das gravações foram feitas pelos próprios parentes ou por eles mesmos, que carinhosamente dedicaram seu tempo e abriram suas casas, enfrentaram a timidez para compartilhar um pouco de seus saberes e fazeres. Esta foi a forma que encontramos de não deixar o sonho do Encontro morrer, devido a Pandemia e, de não colocá-los em risco de exposição ao vírus e possibilitar a todos os interessados a acompanharem de suas casas. #Ficaemcasa

O nosso “RAÍZES: 5º Grande Encontro de Raizeiros, Parteiras, Benzedeiras e Pajés na Chapada dos Veadeiros” agora se apresenta na versão web, e se extenderá como uma temporada, até o mês de Julho/2020, com uma novidade divulgada a cada dia.

Raizeiros, Raizeiras e Pajés ensinado sobre suas medicinas caseiras, sobre suas experiências de vida e seu cotidiano! Teremos também Contadora de histórias “engraçando” e educando crianças de todas as idades! Benzedores e Benzedeiras enviando e ensinando suas orações à toda gente, que tanto precisa, especialmente neste momento! Rezadeiras cantando e ensinando suas Ladainhas e Benditos pra iluminar o dia de cada espectador! 

Isso tudo interpretado em LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, para que nossos irmãos surdos também possam ter acesso a esses saberes ancestrais. Quanta lindeza para um momento tão necessário!
http://encontroraizes.com.br/

Texto: Daniela Ribeiro

31/5/2020, RAÍZES, Pentecostes…

Hoje é um daqueles domingos que a gente estaria ainda cheios de adrenalina, seja pelo fim de mais um Encontro, com tantos abraços, agraciados pelas amizades e todos os frutos mais deste evento, seja por isso tudo e/ou pelo Dia da descida do Espírito Santo – Pentecostes, tão importantes para tod@s @s Cristãos. Vinde Espirito e enchei os nossos corações de força para tudo o que envolve a energia do RAÍZES e tod@s nele envolvid@s. Que não nos falte forças para vencer todas as jornadas da vida, que assim seja.

RAÍZES web 2020

Hoje ao levantar, abri “O Livro das Atitudes II” e pasmem para o título: Sugestões práticas para uma atitude Tradicional, e estava escrito: “Veja as tradições se sabedoria que você poderia manter vivas, em seu círculo familiar ou na comunidade onde você vive, e crie ritos para ela. Seja mensageiro de informações que podem estar se perdendo e assim empobrecendo a Alma de alguém ou de uma coletividade. Cuide amorosamente dos ritos simples do seu cotidiano, como se fossem preces que alegram o seu Espírito. Pratique a religião do amor ao próximo, de qualquer raça, espécie, denominação. Tome uma atitude inventiva. Se aparentemente há algo faltando, a atitude inventiva irá demonstrar que é possível improvisar ou atribuir novos sentidos e funções ao que está disponível agora.”

Hoje, 28/05/2020, seria a abertura do nosso “RAÍZES: 5º Grande Encontro de Raizeiros, Parteiras, Benzedeiras e Pajés na Chapada dos Veadeiros” que aconteceria aqui em Alto Paraíso de Goiás e no seu distrito, Vila de São Jorge. Devido à Pandemia da Covid-19, não está sendo possível a sua realização presencial, mas o texto de hoje “caiu como uma luva” e por isto, a nossa atitude inventiva, é usar ambientes virtuais, que são nossas ferramentas disponíveis agora, para continuar mantendo nossa tradição anual viva! Tradição esta do Encontro, que carrega consigo a missão de não deixar os conhecimentos tradicionais de cura serem esquecidos.

O RAÍZES e suas raízes estão vivos e, nesta Lua Nova, se apresenta de uma forma nova de acontecer. Sejam muito bem-vindas e bem-vindos!

De hoje em diante, vocês poderão desfrutar de imagens, textos transcritos e sons captados e cedidos dos nossos “doutores dos saberes e fazeres tradicionais”. Algumas imagens que estavam guardadinhas, aguardando um momento para serem apresentadas, outras, que com a ajuda de familiares que estão em companhia diária com esses seres tão iluminados, puderam captar carinhosamente, da maneira que lhes foi possível. Agradeço a cada companheiro de jornada, a cada ser que de alguma forma vibra para que o RAÍZES não pare de pulsar.

Acompanhem, apreciem e difundam de forma amorosa, humilde e responsável estes saberes.

Att. Daniela Ribeiro de SouzaIdealizadora, Gestora e Produtora Cultural do RAÍZES

Jatobá do cerrado (campo) – Hymenaeia stignocarpa, nossa planta tema deste ano