Quintal RAÍZES: Dona Maria – Raizeira (Alto Paraíso de Goiás)

DONA MARIA

Maria é um nome sagrado
Comum no Brasil, mas sempre abençoado
Simplicidade e beleza num só lugar
Maria é conjugação do verbo amar
Seu carinho pelas plantas
Ela carrega no peito
Para as doenças aqui da terra
Sempre se pode dar um jeito
Amor de mãe, de mulher pura
Às vezes usa a raiz, as vezes a entrecasca
Para cada problema existe uma cura
Tem vezes que um punhado de folhas já basta
Ciência completa, de cuidado sem fim
Agradecendo a Deus pelas bênçãos,
Que Ele sempre mandou para mim.

Poesia: Ivan Anjo Diniz

Quintal RAÍZES: Dona Manu – Benzedeira (Teresina de Goiás)

Neste vídeo, Dona Manu é filmada por sua filha Clara benzendo contra “inveja, mal olhado, depressão, encosto, olho gordo, olho ruim”, como ela mesma diz. Ela nos explica que este benzimento é para adulto e, que o benzimento de criança é diferente.

Nascida no entorno do DF, mas moradora do nordeste goiano e benzedeira há décadas, benzendo presencialmente e à distância, ela nos conta que aprendeu muitas orações com sua mãe e termina a prosa com muita humildade dizendo: “eu tenho a virtude, a pessoa tem a fé”.

Casada com o artesão autônomo, também músico autodidata e raizeiro Josué, que há mais de 30 anos dedica sua vida à defesa e divulgação das riquezas naturais do Cerrado, através de seu artesanato, remédios caseiros e lindas canções (banda Fruto do Cerrado), hoje se encontram em grande dificuldade financeira, uma vez que maior parte do sustento da casa vinha da venda dos artesanatos, parados tanto pela quarentena da Covid-19, mas, antes mesmo disso, pelo avanço acelerado da catarata e pterígio que o impede de enxergar direito, impossibilitado de exercer seus ofícios e conseguir seu sustento dignamente, como sempre o fez.

Ajude nossa querida Manu e Seu Josué a arcarem com as despesas diárias neste momento tão difícil e a terminarem a reforma da sua humilde casinha. Conheça mais sobre esse grande mestre da cultura popular. https://www.youtube.com/watch?v=95BgtDVnOpc

Toda ajuda é bem vinda, seja pela plataforma da Vakinha ou direto na conta dele:
Banco do Brasil, Ag.3713-3, Conta Poupança 15821-6, CPF 085.253.311-04, Josué Faustino de Souza https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-seu-josue-e-dona-manu-josue-faustino-de-souza

Texto: Daniela Ribeiro

Quintal e Entrevista RAÍZES: Seu Lino, Benzedor e Raizeiro (Cavalcante-GO)

Seu Lino como todos o conhecem, é morador da Chapada dos Veadeiros e, como seu parceiro Nicanor, reside na pacata cidade de Cavalcante, no nordeste goiano. Local que faz parte da região que já foi conhecida como “corredor da miséria”, hoje felizmente, muito reconhecida pelas suas belezas naturais.

Pessoa baixa em estatura, mas grande de coração e dono de um dom que faz com que muitas pessoas o procurem: o bendizer! Benze aos necessitados de cura para várias mazelas.

Muito querido, nos acompanhou em algumas edições do RAÍZES se doando durante todo o tempo, com muita simplicidade, compartilhando sobre todos os seus conhecimentos ancestrais.

Texto: Daniela Ribeiro

#histórias que minha avó me contou – RAÍZES: Mirna Anaquiri, Coletivo de Mulheres Artesãs Indígenas e Quilombolas (Goiânia-GO)

Mirna Kambeba Omágua – Yetê Anaquiri é uma liderança indígena jovem e a primeira indígena mulher a se tornar Mestra pela Universidade Federal de Goiás (UFG-Brasil). Com muita luta Mirna chegou até aqui e dedica sua vida ao empoderamento de mulheres, que assim como ela, precisam romper muitas barreiras.

Junto à Patricia Kamayurá e outras mulheres indígenas e negras quilombolas, encabeçam um coletivo de mulheres que levam o artesanato, conhecimento de suas ancestrais, para o meio urbano, em feiras e eventos, em busca do sustento para seus estudos, para manutenção de suas família, etc. Com muita garra, essas mulheres que agora estão impedidas de venderem seus artesanatos em locais que antes trabalhavam, devido à Pandemia da Covid-19, criaram uma Vakinha para ajudar outras irmãs artesãs pertencentes a diversos povos e aldeias indígenas, quilombos urbanos e rurais. Elas precisam da sua colaboração, ajude como puder, compartilhando, doando. Apoie as mulheres indígenas e quilombolas.

*Acessem o link da Vakinha para obterem mais informações: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/apoiem-as-artesas-indigenas-quilombolas-e-nao-indigenas

Texto: Daniela Ribeiro

Quintal RAÍZES: Pajé Karapotan Waurá (Xingu, MT)

O Pajé Karapotan pertence ao povo Waurá, do Xingu, Aldeia Piyulaga. Filho de Pajé e Cacique, segue na trilha do seu patriarca. Com avanço da Covi-19, o povo Waurá segue assustado, mas preservando e confiando na sua medicina tradicional. Em aldeias próximas, parentes, como um de seus filhos, já foram acometidos da doença e tiveram melhor resultado com a utilização dos saberes de cura ancestrais.

Colabore com o povo Waurá doando:
Banco do Brasil Ag.1319-6
Conta Corrente: 15702-3
CPF 902.144.201-91
Karapotan Waura

Texto: Daniela Ribeiro

Quintal RAÍZES: Dona Eva – Parteira Kalunga (Comunidade Vão de Almas, GO)

Parteira muito respeitada pela comunidade, Dona Eva fez quase 300 partos, dedicando sua vida à ajudar mulheres à darem a luz. Mulher batalhadora, lavradora, sempre deu duro na roça para cuidar de seus filhos. E como todo “bom mestre” deixa discípulos, alguns netos seguem trilhando caminhos semelhantes, como aprendizes de parteira, aprendizes raizeiros e assim, esta sabedoria dos antigos permanece viva.

Texto: Daniela Ribeiro

Quintal RAÍZES: Sinvaline Pinheiro – Folclorista (Uruaçu-GO)

Sinva, como carinhosamente a chamamos, é uma amante do Cerrado, que se doou durante toda a sua vida em favor dele e de seus povos originários. Dedicou anos de sua vida para a materialização do Memorial Serra da Mesa, onde passa boa parte das suas horas, fazendo de todo tipo de serviço para manter a memória dos povos goianos viva! Só quem teve a oportunidade de participar de algum dos eventos idealizados por ela, pode descrever e emoção de estar presente, como a Semana do Folclore, que envolve quilombolas, raizeiros, rezadeiras, benzedores, parteiras, ciganos, povos indígenas, agricultores, crianças das escolas públicas, universitários, entre outros, ou a Semana dos Povos Indígenas, que acontecem anualmente no referido Memorial.

Sinvaline ainda é escritora e contadora de causos, com alguns livros e revistas publicados que super aconselho a leitura, como por exemplo: “Proseando aqui e acolá”, Kelps, 2013. Publicou no ano passado “Vez em quando vem me ver” (poemas). Quando menina, aprendeu a ler e escrever quase que de forma autodidata, escondida da mãe que a proibia, dizendo que “ler estragava as vistas”. Aos nove anos já escrevia versos sobre a vida do povo, mais carente, marginalizado, sofrido, negligenciado.

De família humilde, de pouca academia, mas de grande sabedoria, Sinva é guerreira que nunca deixa de sonhar e lutar. Carrega consigo saberes ancestrais de grande valia, que aprendeu com seus familiares e com tantos outros senhores e senhoras que ela conviveu e ainda convive. Dinheiro nenhum, universidade nenhuma são capazes de compensar dez minutos de prosa com ela, que é uma fonte inesgotável de conhecimento sobre a cultura dos povos e da terra, sobre o Cerrado… Sorriso maroto, fala mansa e muita História pra contar, assim é ela, Sinvaline Pinheiro, filha de Uruaçu, nossa Poetisa do Cerrado.

Texto: Daniela Ribeiro

RAÍZES – Entrevista: Arnoldo Xodó – Raizeiro (Teresina de Goiás – kalunga Vão de Almas, GO)

Xodó, como é mais conhecido, é raizeiro jovem mas já é muito conhecido e procurado, tanto na cidade onde reside atualmente, como em Alto Paraíso de Goiás, onde vem semanalmente ofertar seus produtos cerratenses nas Feiras.

Kalunga natural da Comunidade do Vão de Almas, herdou de família o ofício de raizeiro, conhecedor dos remédios do mato e, há alguns anos, também é coletor de sementes nativas do Cerrado, fazendo parte da Associação Cerrado de Pé.

Texto: Daniela Ribeiro