RAÍZES – Entrevista: Wilson – Raizeiro do Povoado do Moinho – Alto Paraíso de Goiás, dá o recado

Joaquim Wilson é filho do Raizeiro Donato e da Parteira e Raizeira “Dona Flor do Moinho”. Pai e avô, homem muito esforçado e trabalhador, de sorriso largo, Wilson ainda arruma tempo pra se dedicar a coletar plantas medicinais do Cerrado, a cultivar plantas de horta e a fazer remédios caseiros para pessoas que o procuram de várias cidades. Wilson traz na genética o ofício de raizeiro, mas para além disso, ele gosta muito de ler sobre Fitoterapia. Se debruça e se deleita sobre as páginas de livros que tem adquirido ao longo da vida sobre as plantas medicinais.

Neste final da nossa temporada, último dia do “RAÍZES: 5º Grande Encontro de Raizeiros, Parteiras, Benzedeiras e Pajés na Chapada dos Veadeiros – versão web, separamos, entre outras surpresas, esta filmagem onde nosso querido irmão Wilson dá o recado.
Texto: Daniela Ribeiro

RAÍZES – Entrevista: Getúlio Krahô, liderança indígena (Itacajá-TO)

Nascido na Aldeia Pedra Branca, Terra Indígena Krahô, 75 anos, recebeu a autêntica educação tradicional Krahô, passando por várias fases de iniciação, tornando-se um guerreiro do seu povo. Ainda jovem, percorreu vários estados do país em busca de conhecimento do mundo do “branco”, retornando à sua terra cerca de 10 anos depois. Dotado de espírito de liderança, lutou contra a forma autoritária que o governo tratava seu povo. Aliando-se a indigenistas, pesquisadores e documentaristas e organizações não-governamentais, participou de movimentos que denunciavam o descaso que o governo tratava sua etnia, ao mesmo tempo em que buscava caminhos para a melhoria da sua qualidade de vida. Nesta busca, abriu caminhos junto à Universidade Federal de Goiás para a abertura de cursos universitários específicos dirigidos aos indígenas, possibilitando que vários jovens Krahôs e de outras etnias cursassem o Curso de Licenciatura Intercultural, criado por aquela universidade.

Em 1993 foi um dos fundadores da União das Aldeias Krahô – KAPEY, entidade que dirigiu de 1995 a 2004. Durante a sua gestão, mobilizou os Krahôs no resgate das sementes tradicionais indígenas, que seu povo havia perdido em decorrência de correrias e massacres que havia sofrido no passado e iniciou as “Feiras Krahô de Sementes Tradicionais”. Por esse trabalho levou a entidade a receber vários prêmios nacionais e internacionais, destacando-se os prêmios “Ação Pública e Cidadania” da Fundação Getulio Vargas (1998) e “Slow-Food da Biodiversidade” (2004). A iniciativa de recuperação das sementes indígenas Tradicionais disseminou-se para praticamente todas as etnias do Brasil e transformou-se em política pública abarcada por várias instituições governamentais. Atualmente, é um dos conselheiros mais respeitados em todas as aldeias do seu povo e continua na luta pela preservação e divulgação da cultura Krahô.
Texto: Fernando Schiavini

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RAÍZES – Entrevista: Pajé Álvaro Tukano (Brasília-DF)

Álvaro Fernandes Sampaio, mais conhecido como ” Álvaro Tukano” é militante do Movimento Indígena há décadas. Crítico à políticas governamentais que prejudicam toda a população e especialmente aos povos indígenas de todo o Brasil, critica o “ministério do veneno”, entre outros. Natural de São Gabriel da Cachoeira, no Estado do Amazonas, dedicou vários anos de sua vida trabalhando no Memorial dos Povos Indígenas em Brasília, onde reside atualmente. Texto: Daniela Ribeiro

RAÍZES – Entrevista: Renata Corrêa Martins – Etnobotânica (Alto Paraíso de Goiás/Brasília-DF)

Não é a toa que muitos a conhecem como “Renata Cerrado”. Ele é amante do Cerrado como um todo e dos povos que nele habita. Em suas experiências cerrado adentro, aprendeu muito, especialmente com kalungas, com as mulheres, crianças, idosos, com raizeiros e raizeiros.

Estudiosa das Palmeiras, com publicações muito interessantes sobre o tema e outros relacionado ao Cerrado, à Botânica e mais especificamente sobre Etnobotânica, Renata é Mestre e Doutora no assunto, com experiências em diversos locais do Brasil e até no exterior.

Seu amor pelas plantas, seu reconhecimento pelos valores ancestrais de cura, sua garra, a levou à idealizar junto com outras três mulheres a BioChás, que leva aroma e saúde às mesas de quem valoriza um cházinho dos bons.

Grande parceira do RAÍZES, está sempre na luta com a gente pra fazer o Grande Encontro acontecer.

Realiza um lindo e importante trabalho junto aos nossos grandes “doutores dos conhecimentos tradicionais”, catalogando as espécies medicinais nativas da “farmacopéia individual” de cada um deles, com muito zelo, dedicação e respeito.

Texto: Daniela Ribeiro

RAÍZES – Entrevista: Fiota Kalunga, Raizeira (Vão de Almas, Cavalcante-GO)

Deuzami, mãe e avó, que carinhosamente chamamos de “Fiota”, é raizeira kalunga de descendência. Filha de raizeira e neta de parteira muito comentada, Fiota já “pegou menino”, mas não se considera ainda, como ela mesma diz, “parteira legítima” como sua avó foi, mas segue seu caminho, como muita humildade e procurando aprender sempre mais.

Assim como sua avó e sua mãe, ela é agricultora e extrativista. Juntamente com seu marido, produz arroz de pilão, farinhas, óleos, muitas polpas de frutos do Cerrado, além de xarope de vinagreira, polvilhos de algodãozinho do campo, etc.

Encomende pelos telefones: (62) 99639-2372 e (62)99628-6742

Texto: Daniela Ribeiro

RAÍZES – Entrevista: Maria Bezerra – Benzedeira; Escola de Almas Benzedeiras de Brasília-DF

Nossa entrevistada de hoje, além de ser super querida e Benzedeira de mão cheia, também é uma super parceira do evento, que com outras mulheres empoderadas, há 3 anos se dedicam em várias ações para que a realização do RAÍZES seja possível. Maria da Conceição Martins Bezerra, 56 anos, mãe de Peri, aquariana, Assistente Social de formação e, Benzedeira como sua Avó Vitória.

Ela nos conta que foi depois de uma inspiração que iniciou seus aprendizados com outras mulheres benzedeiras tradicionais do entorno de Brasília para começar a praticar benzimentos nas Unidades de Saúde e em Parques. Inicialmente, havia o nome de Escola de Benzedeiras de Brasília, mas alguns benzedores também foram se achegando juntamente com outras mulheres que também sentiram essa possibilidade de acessar e honrar os conhecimento ancestrais e hoje já bem conhecida, temos a “Escola de Almas Benzedeiras de Brasília”.

*SOBRE a Escola:

Iniciada em setembro de 2016, tem como guardiã, nossa queria entrevistada: MARIA da Conceição Martins BEZERRA, e nas palavras dela:

A Escola é um espaço de resgate de saberes e da ancestralidade divina. Trocamos experiências e memórias com as bênçãos de nossas mães, avós e bisavós.

A Escola tem como propósito resgatar as memórias e práticas de benzimento. Tem como objetivo facilitar o reconhecimento de homens e mulheres como agentes de cuidados integrais em saúde, para que esses tratamentos e curas para muitas dores e sofrimentos possam ser disseminados e todos possam viver melhor e conectados à natureza sagrada.

Apesar de não ser espaço formal de ensino, recebeu o título de escola por ser um movimento contínuo de aprendizagem. É formada por 56 benzedeiras e benzedores, que se unem para aprender, para colocar a energia em movimento, para cuidar e até curar.

Desde seus primeiros passos a Escola se tornou um lugar de resgate e partilha de saberes com base na oralidade e, desde 2017 vem oferecendo atendimentos à comunidade em Unidades Básicas de Saúde em Brasília, no Distrito Federal. São cerca de quatro rodas de benzimento por mês. Durante o período de isolamento social, oferece na mesma periodicidade os benzimentos à distância, uma vez que essa prática não conhece limitações de tempo e espaço.

A energia do sol desde o alvorecer da manhã, traz o desabrochar das plantas, expansão, calor e abertura necessária à prática de benzer. Ao finalizar o dia, quando a luz do sol vai deixando o céu, por volta das 18 horas, o cair da noite está sob influência de outra energia, mais voltada para a interiorização, para o recolhimento. É hora de encerrar o benzimento, que só em caso de emergência deverá acontecer.”

Texto: Daniela Ribeiro & Maria Bezerra

Quintal RAÍZES: Tia Remédio – Dona Bernardina, Raizeira (Parida, Sertão, Alto Paraíso de Goiás)

“Tia Remédio”, é assim que Bernardina Afro de Torres é conhecida na Comunidade do Sertão, microrregião da Parida, localizada a 36km do centro de Alto Paraíso de Goiás. Mulher forte, mãe de 11 filhos, pequena em estatura, mas de coração e fé enormes. Filha de mãe parteira e raizeira, foi “curiando” que começou a aprender com ela desde menina.

Seu grande companheiro, falecido em 2017, foi Seu Delcino, também grande raizeiro, que assim como ela, sempre acolheu todos os que à ele procurava. Dona Bernardina já benzeu, hoje é evangélica e não benze mais, mas ora com muita fé e devoção e ensina remédios pra qualquer necessitado que à ela recorrer.  

Texto: Daniela Ribeiro

RAÍZES – Entrevista: Matsahushau “Letícia” Yawanawa; SITOAKORE (Rio Branco-Acre)

Letícia Yawanawá, como é mais conhecida pelos não indígenas, é militantes do movimento indígena há décadas e participa da SITOAKE – Organização das Mulheres Indígenas do Acre, Sul da Amazônia e Noroeste de Rondônia, da qual é Coordenadora Geral. Viaja para todo canto lutando pelos direitos dos povos indígenas, em defesa da sua cultura e preservação dos costumes dos povos. Realiza especialmente, um forte trabalho de resgate e preservação da alimentação tradicional indígena, assim como dos saberes e fazeres dos Pajés e Parteiras, fortalecendo o uso dos remédios da floresta.  

Fortaleça a SITOAKERE – Organização de mulheres indígenas do Acre e Sul do Amazonas, assim você estará contribuindo com mais de 18 povos indígenas, DOANDO para: CNPJ 07.536.473/0001-57 Banco do Brasil Agência 5790-8 Conta corrente: 54901-0

Texto: Daniela Ribeiro

RAÍZES – Entrevista: Fernando Schiavini – Indigenista e escritor (Taquaruçu-TO)

Um dos idealizadores da “Aldeia Multiétnica”, na Chapada dos Veadeiros, Goiás, Brasil; autor de livros interessantíssimos e documentários, há mais de 40 anos dedica-se às causas indígenas. www.fernandoschiavini.com.br

Indigenista da escola Rondoniana, e como ele mesmo diz “sem a mínima hesitação ou pejo” por isso. Mineiro de nascença, aos 21 foi aprovado em concurso e enviado para a Amazônia como Chefe de Posto Indígena, como funcionário da Funai. Trabalhou e conviveu com diversos povos, especialmente com os Krahôs, com quem realizou um importantíssimo trabalho de recuperação de sementes tradicionais indígenas, o que lhe rendeu o prêmio “Slow Food da Agrobiodiversidade”, entre outros. E com propriedade, afirma em seu livro “Os desafios do Indigenismo”, Kelps, 2015: “A humanidade precisa dos povos indígenas e de tudo que eles seguem preservando, a duras penas

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Texto: Daniela Ribeiro

RAÍZES – Entrevista: Seu João – Raizeiro, Benzedor e Parteiro (Sanclerlândia-GO)

Como se já não fosse muito ser um grande conhecedor do Cerrado, Seu João é um canal de graça divina para curas e “acordamentos”. Grande “cientista autodidata”, viveirista, ambientalista e agricultor.

Homem de pouco estudo, mas de grande sabedoria e humildade, ele é católico vicentino praticante. Ama trocar saberes e fazeres, além de ser um ótimo contador de causos e piadas.

Texto: Daniela Ribeiro