LIBRAS no RAÍZES 2020

Esse ano de 2020 o encontro RAÍZES aconteceu de forma online e 100% acessível em LIBRAS. Possibilitando que mais pessoas, possam conhecer um pouco dessa diversidade cultural do Brasil.

Como diz o professor Sérgio Pedroso:
“um povo que não tem raízes
acaba se perdendo na multidão,
pois são nossas raízes culturais,
familiares e sociais que nos dão uma identidade como nação”.

Obrigado Encontro RAÍZES!!! Texto escrito pelos Intérpretes de LIBRAS: Aline Lino de Araújo e Marcus Lua Negra

*Desde a segunda edição do evento, contamos com a presença infalível destes dois intérpretes que sempre se dedicaram voluntariamente. Como não apareciam surdos para ser feita a interpretação, tanto um quanto o outro se desdobravam ajudando em outras múltiplas funções. Neste ano, trabalharam sem cessar durante muitos dias para interpretar todos os quase 70 vídeos. Muitos desafios mas também muito agraciados, é como todos da nossa equipe se sente neste final de projeto. Pra você que assistiu, curtiu, compartilhou, comentou, se inscreveu no Canal, deu sugestões, enfim, por todos que vibraram com a gente, o nosso muito obrigad@, de coração. Att.: Daniela Ribeiro (Idealizadora, Gestora e Produtora Cultural do RAÍZES)

RAÍZES Homenageia: Dona Maria Helena (In memoriam) – Parteira Kalunga (Teresina de Goiás)

Esta é uma singela homenagem à Dona Maria Helena, tão querida, que nos encantava com seus cantos e saberes. Tão alegre, tão animada, sempre cantando em nossos encontros e partilhando seus conhecimentos com simplicidade. Sempre junto com ela, sua companheirinha que torcemos para que siga o ofício da mãe-avó. Neste primeiro semestre de 2020, Dona Maria Helena “fez a passagem”, foi cantar lá no Céu, deixando saudades aqui na Terra. Descanse em paz nossa querida!
Fotos: Melissa Maurer
Música: Júnior Tana e Dani Cavalcante
Montagem: Caio Sesma e Sérgio Makari
Texto: Daniela Ribeiro

RAÍZES conta história: Histórias do Seu Chico (Lúcia Corrêa)

Atriz, arte-educadora e contadora de histórias, Lúcia Corrêa utiliza a linguagem do Teatro de Bonecos aliada à música e à poesia de cordel para alertar sobre os malefícios das queimadas e a lindeza das flores do Cerrado.

Lúcia Corrêa tem uma longa carreira como artista e arte-educadora, com trabalhos interessantíssimos junto a “CIA VOAR TEATRO DE BONECOS, entre outros e, atualmente é Professora do IPEARTES – Instituto de Pesquisa, Ensino e Extensão em Arte Educação e Tecnologias Sustentáveis, instituição valorosa para a população da Chapada dos Veadeiros e parceira do Grande Encontro RAÍZES desde a segunda edição. -Conheça mais sobre o IPEARTES: https://ipeartes.org/ -Um poquinho mais da Cia Voar: https://www.youtube.com/watch?v=7ldSWqhW0EY&feature=youtu.be

*Esta história foi criada e encenada durante a quarentena da Covid-19, em 2.020, especialmente para edição web do “RAÍZES: 5º Grande Encontro de Raizeiros, Parteiras, Benzedeiras e Pajés na Chapada dos Veadeiros”.

Criação e Interpretação: Lúcia Corrêa

Cordel: O Fogo, de Antonio Alencar Sampaio, no livro: “Conhecendo o Bioma Cerrado – Cordel”, Kelps, 2005.

Música: Flores do Cerrado, de Ana Karine Macedo, Professora do IPEARTES – Chapada dos Veadeiros, 2018.

Não deixem de ver e ouvir:

RAÍZES Homenageia: Dona Maria Chefe (In memoriam) Parteira, Raizeira e Benzedeira-Vila de São Jorge/GO

De dia panhando pedra, de noite panhando menino! Foi assim durante muito tempo a vida de Maria Ferreira da Mota, mais conhecida como “Maria Chefe”.

Diferentes de muitas garimpeiras, ele nos contava que tinha saudade do garimpo de cristal. O trabalho não era fácil e nem dava muito dinheiro, mas a saudade maior era da alegria das companheiras e companheiros de jornada. Carregava peso, machucava as mãos, muitas vezes não recebia o que deveria, mas tinha amigos e gostava de ajudar ao próximo. Às vezes mal chegava do trabalho e era o tempo de tomar um banho correndo e já tinha que sair pra acudir uma mulher em trabalho de parto, às vezes duas em menos de um dia e logo já estava ela cuidando dos seus próprios filhos, da casa e de volta ao garimpo. Conseguia ser séria e muito doce ao mesmo tempo.

Conseguia te olhar e ver e sentir coisas que não é qualquer cristão que tem o dom de perceber.

Pegou muito menino (fez muitos partos), benzeu e fez remédio pra muita gente e ensinou quem quis aprender.

Pessoa simples, muito humilde, não há quem não tenha vivido na Vila de São Jorge até 2017, quando ela fez a passagem, que não saiba que ela era.

Se hoje tomo banho de ervas, foi porque ela me sensibilizou para isto.

Uma homenagem à ela e, nosso muito obrigado à toda equipe e aos familiares que contribuíram para a realização desta entrevista concedida em maio de 2017.
Texto: Daniela Ribeiro

Cultura RAÍZES: Antonio Alencar Sampaio – Raizeiro e Cordelista (Exu-Serra do Araripe-PE)

Idealizador do Encontro de Saberes da Caatinga; Autor de diversos livros, como: “Cordel de Plantas Medicinais do Cerrado”, “Meu ver, meu ser”, “Dona Florzinha e o Extraterrestre”, entre outros, “Seu Antonio” é uma figura muito especial. Com mais de 50 anos de idade, se formou em Biologia, mas antes mesmo disso, já era ambientalista ferrenho da ponta do cabelo a ponta do pé.

Um dia uma pessoa disse que ele “é um jardim botânico ambulante”, e é bem isso, em perfume e conhecimento. Ser humano incrível, extremamente sensível e sábio, impossível não sair de perto dele sem um novo aprendizado. Quando estiver perto dele, só vai querer contemplar, não vai ter vontade de xingar ninguém, só vai sentir empatia, calmaria, cheiro bom de mato… Seu Antonio, Totonho, Alencar ou Sampaio é assim, fortaleza e doçura, sabedoria, simplicidade e poesia.

Texto: Daniela Ribeiro