Quintal RAÍZES: Sinvaline Pinheiro – Folclorista (Uruaçu-GO)

Sinva, como carinhosamente a chamamos, é uma amante do Cerrado, que se doou durante toda a sua vida em favor dele e de seus povos originários. Dedicou anos de sua vida para a materialização do Memorial Serra da Mesa, onde passa boa parte das suas horas, fazendo de todo tipo de serviço para manter a memória dos povos goianos viva! Só quem teve a oportunidade de participar de algum dos eventos idealizados por ela, pode descrever e emoção de estar presente, como a Semana do Folclore, que envolve quilombolas, raizeiros, rezadeiras, benzedores, parteiras, ciganos, povos indígenas, agricultores, crianças das escolas públicas, universitários, entre outros, ou a Semana dos Povos Indígenas, que acontecem anualmente no referido Memorial.

Sinvaline ainda é escritora e contadora de causos, com alguns livros e revistas publicados que super aconselho a leitura, como por exemplo: “Proseando aqui e acolá”, Kelps, 2013. Publicou no ano passado “Vez em quando vem me ver” (poemas). Quando menina, aprendeu a ler e escrever quase que de forma autodidata, escondida da mãe que a proibia, dizendo que “ler estragava as vistas”. Aos nove anos já escrevia versos sobre a vida do povo, mais carente, marginalizado, sofrido, negligenciado.

De família humilde, de pouca academia, mas de grande sabedoria, Sinva é guerreira que nunca deixa de sonhar e lutar. Carrega consigo saberes ancestrais de grande valia, que aprendeu com seus familiares e com tantos outros senhores e senhoras que ela conviveu e ainda convive. Dinheiro nenhum, universidade nenhuma são capazes de compensar dez minutos de prosa com ela, que é uma fonte inesgotável de conhecimento sobre a cultura dos povos e da terra, sobre o Cerrado… Sorriso maroto, fala mansa e muita História pra contar, assim é ela, Sinvaline Pinheiro, filha de Uruaçu, nossa Poetisa do Cerrado.

Texto: Daniela Ribeiro

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